O Anti-Cristo!

Postando minhas idéias e opiniões sobre a vida, a arte, e sobre o que mais der vontade!

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sábado, 23 de fevereiro de 2008

Uma história de amor

Quando seus olhos bateram naquela exuberante beleza a sua frente o tempo parou e ele teve a certeza de que havia avistado o paraíso. Só voltou a si quando a tristeza dos olhos daquela mulher encontraram os seus, em poucos segundos interpretou tudo que estava acontecendo e pôs-se a frente dela para defende-la ‘Que atire a primeira pedra o que não tem pecados!’ O silêncio pairou por alguns segundos e só foi cessado pelo barulho dos pés daquelas mesmas pessoas que gritavam indo embora.

Ele abraçou ternamente aquela frágil e chorosa mulher que se encontrava em seus braços e pôs-se a chorar diante daquela figura esplendorosa. Poucos segundos depois seus olhos se encontraram e o coração pulsou mais forte, os dois disseram seus respectivos nomes ao mesmo tempo, nosso rapaz tornou a dizer seu nome com entusiasmo para a bela moça ‘Jesus, de Nazaré!’ e ela o disse logo em seguida, com os olhos brilhando em lágrimas de felicidade, seu nome tão docemente ‘Maria Madalena...’. Ele entendeu que talvez aquela moça preste a ser apedrejada pela comunidade não tivesse um lar para nomeá-la.

Madalena logo começou a agradece-lo pelo que havia feito por ela e fez-lhe uma promessa ‘Diga onde fores, que eu te seguirei...’, Jesus não pôde mais conter todo o calor da paixão que o envolvia e beijou-a com todo o seu amor, que lhe foi retribuído com a mais calorosa paixão. Depois de trocarem promessas de amor eterno lembrou-se de sua missão e de que seus apóstolos o aguardavam na taberna da cidade para cearem e beberem do mais saboroso vinho da região e voltou a chorar desesperadamente.

Nosso caro senhor Jesus contou a sua amada Madalena o motivo de tantas lágrimas de dor, toda a alegria que explodia em seus corações se esvaía e dava lugar a muitos questionamentos sem muitas respostas. Até que em poucos minutos os dois entenderam que ele não podia abandonar tão sagrada missão que seu pai o destinara, mas também sabiam que não viveriam nem mais um segundo se não pudessem amar-se. Desde esse exato momento Madalena tinha um lar, o coração do jovem rapaz. E viveram todo esse amor proibido escondido de todos, um amor silencioso e terno.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Eles dizem que eu sou louco...

Uns dizem que têm essa opinião por eu não acreditar em Deus, nem em céu ou inferno, outros dizem que é por eu dizer que certamente me jogaria do alto de um prédio bem alto se viesse a ficar surdo, ou se tivesse qualquer uma doença muito séria. Mas tem quem diga que eu sou louco por achar que o amor e o sexo são tão uníssonos quanto uma batata e uma cadeira, ou talvez por eu sentir ciúmes duma sombra às vezes e só gostar de beijar meninos. Ou até por eu, ás vezes, querer cumprimentar pessoas nas ruas, mesmo as que eu não conheço.

Dizem que a culpa da minha loucura vem dos livros do Sade, do Voltaire, do Tolkien, do Nietzsche ou de sei lá mais de quem. Das músicas da Björk ou dos vocais do Iggy Pop e dos Rapture, sem contar os eruditos e o povo do Jazz. Os mais doidos ainda dizem que é culpa dos filmes do Kubrik, do Ozon, do Bertolucci ou de “todos esses outros filmes que você vê e ninguém conhece o nome”, ou até por eu acreditar que ainda vou ser um escritor e roteirista de sucesso.

Tem gente dizendo que é loucura eu achar que os egípcios foram uma espécie de elfos, mais coloridos, que se extinguiram por serem muito póstumos ao mundo da época. Ou por eu achar que viemos dos macacos e que não estamos sozinhos nesse imenso universo, julgam-me por amar ir a plutão e pensar que aquela mesma Björk veio de lá. Talvez por eu preferir cachoeira à praia ou chuva ao sol. Quanta gente louca nesse mundo... Há quem pense que sou louco até por pensar em você o tempo todo!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Sambando na arte

Primeiro post de fevereiro não poderia ser diferente, ta certo que o carnaval é uma chatice como todo o seu samba repetitivo tocando em cada esquina da cidade, os engarrafamentos por causa das festas de rua, sem contar o ânimo dos meliantes das ruas que adoram assaltar nessa época festiva e alegre do ano. Mas não podemos deixar de dar um crédito aos desfiles de escolas de samba que, cada vez mais, tem uma importância, não só econômica e turística para nosso país, mas também cultural e artística.

Não só para enfeitar a cidade as escolas desfilam na avenida, os protestos cheios de ironia e humor negro estão crescendo na Sapucaí. Carros alegóricos censurados são a maior prova de que a arte dos carnavalescos também pode incomodar, o próprio samba já não tem mais o mesmo valor num desfile, são milhões gastos por ano, ensaio para performances e sabe-se lá mais quanta seriedade no assunto. A tecnologia vem vencendo o academicismo sem fugirem da tradicionalidade cultural da festa.

Joãozinho Trinta foi um dos principais, se não o principal, dos vanguardistas do carnaval com direita a homem voando na Sapucaí e expressões fortes desde as cores até as ilustrações e figuras expostas. Chegou a ponto de ter seu carro alegórico vetado e mais alguns montes criticados e descriminados. No mesmo nível, só que mais contemporâneo o jovem Paulo Barros vem surpreendendo a cada ano com suas alas coreografadas, carros feitos de um só material.

Barros também teve seu carro vetado este ano, processo movido pela associação dos israelitas, pois retratava vários judeus mortos e Hitler triunfante no centro do carro. Sejamos racionais, o carnavalesco tratava de coisas arrepiantes e nada mais arrepiante que um bando de cadáveres mortos durante um período histórico da nossa sociedade. A proibição do carro só mostra como ainda vivemos num país cheio de censura, onde não temos a liberdade de nos expressarmos da forma que bem entendermos. Mas o carnavalesco se saiu muito bem e fez um arrepiante carro todo branco com frases criticando a falta de liberdade, pessoas amordaçadas e no lugar do Fürher um Tiradentes triste e calado. Espero continuar vendo artistas como este crescendo na arte carnavalesca dos desfiles de escolas de samba, destes que mesmo não vencendo o campeonato, mostram e marcam suas idéias.